REFLEXÃO/HOMILIA PARA A SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E PAULO

CHAMADOS A VIVER A FÉ DE PEDRO E PAULO, PRÍNCIPES DOS APÓSTOLOS E COLUNAS DA IGREJA CRISTÃ

Primeira Leitura: Atos 12,1-11
Salmo Responsorial: Sl. 33(34),2-9
Segunda Leitura: 2 Timóteo 4,6-8,17-18
Leitura do Evangelho: Mateus 16,13-19
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“Eis os santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus.” A frase precedente é a Antífona de Entrada do Missal Romano proposta hoje para a Solenidade dos Santos Pedro e Paulo resume admiravelmente a vida de São Pedro e São Paulo. A Igreja os chama de “coryphaeus” (grego, ‘κορυφαῖος,’ ‘koryphaîos,’ de ‘κορυφή’ ‘koryphḗ́,’ – ‘o topo da cabeça’), um termo atribuído ao líder do coro no grego antigo drama. Este termo (às vezes em uma forma anglicizada “coryphe”) é usado para o chefe ou líder de qualquer empresa ou movimento. Este sentimento reflete claramente as personalidades dos santos Pedro e Paulo em suas responsabilidades como líderes, cabeças, colunas; e, de fato, eles são, porque em suas funções apostólicas, eles deram testemunho do Cristo ressuscitado, dando bons exemplos como líderes. A pregação deles plantou a Igreja, que vive do testemunho que eles deram. Assim, desde o século III, a Liturgia da Igreja une essas duas colunas da Igreja, Pedro e Paulo, na mesma celebração. O que realmente podemos dizer desses dois homens? Que exemplos eles deram? Que importância têm as suas festas na Igreja e na nossa vida espiritual?

O apóstolo ‘Pedro’ (pedra, rochedo, firmeza), natural de Betsaida, onde era pescador (cf. Jo 1,44), foi o primeiro Papa (cf. Jo 21,15-17; Mateus 16,18-19) conforme retratado na leitura do evangelho de hoje por meio de sua inspiradora profissão de fé e com o que Cristo disse sobre ele, juntamente com as responsabilidades (chaves do Reino dos céus – o poder de ligar e desligar) que Ele lhe deu. Por meio dessa realidade, temos a referência e a garantia da unidade dos cristãos católicos e o depósito da fé. Jesus chamou-o e confiou-lhe a missão de guiar e confirmar os irmãos na fé (cf. Lc 22,32; Jo 21,15-17). Ele foi uma das primeiras testemunhas do Senhor ressuscitado e, como anunciador do Evangelho, toma consciência da necessidade de abrir a Igreja aos gentios (cf. At. 10-11). E no próximo capítulo, quando a Igreja enfrentou a perseguição nas mãos do rei Herodes, Pedro foi preso e mantido na prisão até sua libertação milagrosa, conforme ilustrado na primeira leitura de hoje.

O apóstolo Paulo de Tarso foi um feroz perseguidor da Igreja que se converteu e foi chamado pelo próprio Senhor Jesus Cristo para edificar e “difundir a Igreja no mundo pagão”, como ouvimos na segunda leitura de hoje. Aqui, ele fala de sua fidelidade à sua vocação em meio às dificuldades e a consequente recompensa que espera alcançar no final de sua vida terrena. A Escritura dá-nos a entender que ele percorreu o mundo mediterrânico para anunciar o Evangelho da salvação, sobretudo aos pagãos, apoiando-os (as comunidades) com as suas epístolas que constituem a maior parte do Novo Testamento.

Depois de terem sofrido todo tipo de perseguições, a Tradição nos diz que tanto Pedro quanto Paulo foram martirizados em Roma; regando aquela terra com seu sangue, eles “plantaram” a Igreja de Deus. Dada a evidência bíblica de suas vidas e missões, aprendemos que ambos viveram profundamente o que pregaram: pregaram Cristo com palavra e vida, dando tudo por Cristo. Pedro disse com razão: “Senhor, tu sab0es tudo; tu sabes que eu te amo” (João 21,15-17). Paulo também exclamou: “Para mim, o viver é Cristo” (Filipenses 1,21) “Fui crucificado com Cristo e ainda estou vivo, mas não sou mais eu, mas Cristo vive em mim.” (Gálatas 2,19-20). De fato, esses dois homens demonstraram seu amor apaixonado por Cristo. Esse amor apaixonado os levou a derramar seu sangue por Cristo. Com efeito, «beberam do cálice do Senhor e tornaram-se amigos de Deus». Esta é, de facto, a maior de todas as honras e de todas as glórias de Pedro e Paulo: beber do cálice do Senhor, participar nos seus sofrimentos e na sua morte. Por isso são modelos para todos os cristãos; e como resultado, celebramos com alegria e solenidade seu glorioso martírio.

O que é notável em Pedro e Paulo não são apenas suas conversões pessoais e jornadas de fé, mas também sua unidade na diversidade. Eles eram dois indivíduos diferentes com origens, personalidades e abordagens distintas para o ministério. Pedro foi quem andou com Jesus durante Seu ministério terreno, enquanto Paulo veio mais tarde como um convertido e um apaixonado defensor do Evangelho. No entanto, apesar de suas diferenças, eles reconheceram sua missão comum e a necessidade de trabalhar juntos pelo bem da Igreja. Sua colaboração nem sempre foi tranquila. Eles tiveram desentendimentos e até disputas públicas, mas acabaram buscando a reconciliação e a unidade. Tanto Pedro quanto Paulo entenderam que seu compromisso compartilhado com Cristo e a proclamação de Sua mensagem superavam as diferenças pessoais. Eles reconheceram que a unidade na Igreja era essencial para sua missão e testemunho no mundo. Ao refletirmos sobre a vida de Pedro e Paulo, somos lembrados da importância da unidade dentro da Igreja hoje. A Igreja, como qualquer instituição humana, é composta por diversos indivíduos com formações, perspectivas e dons únicos. É abraçando esta diversidade e reconhecendo a missão comum que podemos ser verdadeiramente testemunhas eficazes do amor e da misericórdia de Cristo. Pedro e Paulo também nos ensinam sobre o poder transformador da graça de Deus. Pedro, o pescador impulsivo, tornou-se o corajoso líder da Igreja primitiva. Paulo, o perseguidor, tornou-se o ardente defensor da fé. Ambos experimentaram profundas conversões e permitiram que a graça de Deus moldasse suas vidas e ministérios.

Queridos amigos em Cristo, ao longo da história da Igreja, tivemos muitos que passaram por experiências semelhantes aos santos Pedro e Paulo. Mesmo nos meios mais hostis, o testemunho dos cristãos não se calou, a Igreja permanece solidária e profética. Deus vem sempre em nosso auxílio, faz-se presente, cuida de cada um de nós, escuta-nos e não nos abandona; como foram os exemplos de Pedro e Paulo conforme apresentados nas escrituras.

Hoje, lembramos de rezar pela Santa Igreja Católica “edificada sobre a rocha” por nosso Senhor Jesus Cristo; rezamos pelas intenções do nosso Santo Padre, o Papa Francisco, e de todos os que defendem e ensinam a fé católica. Que Deus lhes conceda a todos firmeza na fé, constância na caridade, esperança invencível e boa saúde de espírito e corpo em seus trabalhos missionários diários para sempre apresentar Cristo ao mundo e dar testemunho dele. E ao resto do rebanho de Deus; que, imitando a vida e os exemplos dos Santos Pedro e Paulo, também permaneçam fiéis até à morte na profissão e na vivência da fé católica, a qual, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, os Santos Apóstolos (Pedro e Paulo) derramaram seu sangue. Rezemos pela graça de abraçar a unidade na diversidade. Que possamos nos esforçar para ver Cristo uns nos outros e trabalhar juntos para a edificação da Igreja. Como Pedro e Paulo, permitamos que a graça de Deus nos transforme e nos capacite para sermos ousadas testemunhas do Evangelho em nosso próprio tempo e lugar.

Ao Senhor, o Rei dos Apóstolos e dos mártires e que dá a força para o martírio, seja glória, honra e louvor para todo o sempre. Amém.

(CLIQUE AQUI PARA VER A REFLEXÃO DO PRÓXIMO DIA: REFLEXÃO/HOMILIA PARA SEGUNDA-FEIRA – A FESTA DE SÃO TOMÉ APÓSTOLO E MÁRTIR)

Shalom!
© Pe. Chinaka Justin Mbaeri, OSJ
Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Vila Sabrina, São Paulo, Brasil
nozickcjoe@gmail.com / fadacjay@gmail.com
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Chinaka Justin Mbaeri

A staunch Roman Catholic and an Apologist of the Christian faith. More about him here.

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